
REIJIN AFUNDOU 70 MILHÕES DE EUROS HÁ PRECISAMENTE 34 ANOS
Foi há 34 anos que ocorreu o encalhe do porta-automóveis “MV Reijin” junto à praia Marbelo, na vila da Madalena.
Em sequência deste acontecimento, surgiu um movimento cívico de defesa do ambiente, denominado “Associação de Defesa da Praia da Madalena”, em 7 de dezembro de 1989.
Tudo aconteceu na madrugada de 26 de abril de 1988 - o maior naufrágio da história naval portuguesa, protagonizado pelo então maior navio porta-automóveis do mundo, um navio com 200 metros de comprimento e um peso de 58 mil toneladas, que transportava mais de 5400 automóveis.
O MV Reijin, tal como o RMS Titanic, naufragou na sua viagem inaugural mas neste caso apenas houve a lamentar a morte de dois tripulantes (mais de 1500 pessoas morreram no naufrágio do Titanic).

O MV Reijin tinha uma tripulação composta por 22 homens, navegava sob bandeira do Panamá e efetuava naquela primavera de 1988 a sua primeira grande viagem, não contando mais de um ano desde que saíra da doca seca e começara a navegar. O navio tinha partido do Japão e já descarregara em Leixões 250 automóveis.
O naufrágio terá sido provocado por um mau equilíbrio da carga embora alguns especialistas apontem para problemas de construção que afetaram a sua estabilidade.
Às 00h35, com mar agitado, o inevitável aconteceu: o navio que deveria seguir rumo à Irlanda terminou a sua viagem nas rochas ao largo da praia da Madalena, encalhado e revelando uma enorme fenda.
Estimava-se que ali estivessem 'enterrados' mais de dez milhões de contos (aproximadamente 50 milhões de euros na moeda atual, sem contar com a inflação).

A remoção da nafta, a mais urgente das tarefas, começou a 10 de maio de 1988 e foi um “trabalho de equipa” envolvendo as autoridades portuguesas, técnicos vindos do Japão e um batelão cisterna de uma empresa espanhola. Quanto à remoção do Reijin, cujos custos recaíam sobre a sua proprietária, essa ficou a cargo de uma empresa holandesa. Só a 9 de agosto começou o desmantelamento do navio, depois de retirada a carga possível. No fundo do mar ainda permanece o remanescente que não foi possível retirar.
No final, parte do navio foi afundada a 150 milhas (240 km) de distância, outra enviada para a sucata e alguns dos automóveis que o MV Reijin transportava acabaram a 2000 m de profundidade e a 40 milhas (64 km) da costa — a intervenção das autoridades e das associações ambientalistas impediram que este fosse o destino de todos os carros a bordo do navio.
O custo total do naufrágio ascendeu, à época, aos 14 milhões de contos oito milhões pela perda do barco e seis correspondentes às viaturas perdidas , o equivalente a quase 70 milhões de euros. Os custos ambientais ficaram por apurar.
No mar, ficaram os pedaços de metal retorcidos encaixados entre as rochas, que ainda hoje se podem ver com maré baixa, e que são a prova material do naufrágio que ficou na memória coletiva dos gaienses.